terça-feira, 21 de junho de 2011

AINDA DORMEM

Há no sono dos que ainda dormem
a imagem de si mesmos existindo,
contendo a existência e insistindo
nos retratos estáticos que ainda dormem...
Há no sonho dos que ainda dormem
o surrealismo da verdade absoluta
compreendida na vontade resoluta
de sonâmbulas quimeras que ainda dormem....
Há nos olhos dos que ainda dormem
a impressão marcada na retina
de que há algo que de fato aglutina
cadáveres de símbolos que ainda dormem.
Há na alma dos que ainda dormem
a asa imperfeita que voa desgovernada
sobre a terra-de-ninguém enevoada
das teorias cerebrais que ainda dormem.
Há no tempo dos que ainda dormem
a retilínea ilusão de continuidade
circulando em torno à multiplicidade
dos segundos dos relógios que ainda dormem.
Há nos homens que ainda dormem
a percepção de tempo, alma, sonho, sono
descrevendo a poesia do abandono
em versos que ainda dormem...

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