quinta-feira, 16 de maio de 2013

POR VIR ES e PONTILHISMO

Os postes mantém a postura
a observar os mosaicos que a chuva manipula.
Curvados como quem busca o detalhe,
tornam-se spotlights de um show sem business,
transformando um pontilhismo primitivo
em constelações orbitando no solo,
solares a ponto de curvar os postes
e as costas dos passantes
com sua gravidade...

Quantas vezes pode a chuva
desenhar a minha expressão na rua
despercebidamente
e murmurar aos meus ouvidos o óbvio
em sua língua de ruído branco?
Em meus olhos, óculos molhados
sob um guarda-chuva vacilante.
Aos meus pés, todos os livros já escritos
e porvires ainda premeditados
em menos de meio instante...

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