sexta-feira, 19 de julho de 2013

SOU(L)

Nada do que me vaza
me esvazia.
Os conteúdos que contenho
são para ser
deitados fora,
bebidos pelo vazio
de quem há de vazar
de si
a esvaziar-me
para que eu seja
pleno.
A temperança
salta
do tarô
e me envasa.
A água que sou
se enviesa
quando sou
o que soul.


sexta-feira, 5 de julho de 2013

POUCO

Não quero passos.
Passos passam e são 
pouco...
Não quero vozes:
signos atrozes
que são pouco.
Não quero pensamentos,
essas vozes e passos dentro
que são pouco...
Não quero sentidos,
pensamentos do corpo
que são pouco...
Não quero o domínio
dos passos-pensamento
e das vozes-sentido
esses estigmas da libido
que é tão pouco...
Não quero o Universo,
libido de Deus
a criar nebulosas
a partir do oco
que ainda é pouco...

para sempre
humano

sapiente de ser sapiente
de ser sapiente pouco
e infinitamente

sob minha
lente

nada me é 
suficiente.


terça-feira, 2 de julho de 2013

SINARTIFÍCIO

A SINA DAS SINAPSES
É A DE SER UM SENTIDO
SIBILINO E SIBILANTE:
UM DRAGÃO A TRAGAR
O VAZIO JÁ DERRETIDO
PELO SEU HÁLITO
E DIVIDIDO PELA BIFURCAÇÃO
DE SUA LÍNGUA;
UM MEGÁLITO 
A FAZER SOMBRA 
NO CÍRCULO DE STONEHENGE,
INCOLUMEMENTE IMPOTENTE
EM SUA FÁLICA FALÊNCIA...

A SINA DAS SINAPSES
É SER MINHA SINOPSE
E MEU HINO HIPNOPÉDICO,
CONTRAMANTRA ANTIVÉDICO
DE MINHA ÓBVIA REALIDADE.

A SINA DAS SINAPSES
É A DE SER SEMPRE
UM COFRE ...
A SINA DAS SINAPSES
É A DE SOFRER POR MIM
O QUE NÃO SOU EU
QUEM SOFRE.