Ventaniava em mim, displicente,
o desejo de calar a forma.
Era de uma desordem ainda inocente
o vento que ainda hoje me deforma.
Afirmativo, o ar se fez ao meu nariz engodo.
Enquanto pude ser veleiro, o fiz,
crente de que meu caos era a matriz
do mastro de minha embarcação de lodo...
Sem lótus, fui também o lago
em que submergiu meu continente,
retiro de minha arca subconsciente
que ainda tranco, venero,
apago...
Corsariamente busco a chave do umbral
que se chama arca, que se chama chama,
em busca do naufragado elo natural,
entre lodo, nau e forma...
Entre o mar e o sal,
meu ouro apenas se conforma...
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