quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

EMBARCAÇÃO

Ventaniava em mim, displicente,              
      o desejo de calar    a forma.                                                                                                                            
              Era de uma desordem ainda inocente
o vento que ainda hoje me deforma.
         Afirmativo, o ar se fez ao meu nariz engodo.
                Enquanto pude ser veleiro, o fiz,
crente de que meu caos era a matriz
              do mastro de minha embarcação de lodo...
Sem lótus, fui também o lago
           em que submergiu meu continente,
retiro de minha arca subconsciente
                         que ainda tranco, venero,
apago...

Corsariamente busco a chave do umbral
que se chama arca, que se chama chama,
em busca do naufragado elo natural,
entre lodo, nau e forma...

Entre o mar e o sal,
meu ouro apenas se conforma...

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