A terra se revolta na Terra de ninguém,
buscando equilibrar o cerne das vaidades,
os medos aflorados no breu das inverdades
que o ignorante homem desde então retém.
Eis o homem que se perde nos perderes
e busca ganhar nesse perder flagrante,
corroído na ilusão de alguns poderes
que ficam pela terra a todo o instante.
Sonho com uma ilusão amara
em que as águas subam numa invasão
e espalhem pelo mundo a justa destruição
que para o velho homem se fará cara.
Após essa visão apocalíptica,
com olhos de tristeza me levanto
e vago pela incerteza do acalanto
que mantém viva a Terra em órbita elíptica
(Luís Filho)
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