sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A POESIA DESPIDA

Ela me encontrou como que por acaso
em algum ponto mal iluminado na rua de meu peito,
e em seu semblente mais do que perfeito
havia mais do que o habitual descaso.
Em sua fronte, enrugada no pensar,
haviam linhas há séculos escritas
pela mão do eterno se lançar
de todas as frases ditas...
Havia a ordem implícita, inexplicável,
de tudo o que o sentir acusa ao atuar.
Havia o som da ordem inquestionável
de um rei que explica apenas a olhar.
Havia o meu olhar em meio a mil olhares,
e o ardor de um bruto sopro sobre o mar,
a realidade de tudo que enxergares...

Eis que me fez um sinal, a me chamar,
e, num cômodo fechado do meu peito,
despiu-se e em mim pôs-se a formar
palavras, sombras de um grande feito
que em minha ignorância posso imaginar
apenas. Era ela a poesia que se fez em mim
e despida, despiu-me enfim
para a eterna realidade de poetizar.

2 comentários:

  1. Ótima poesia,gostei muito dessa,conseguiu exprssar-se bem.no geral todas estão muito boas.
    Gostei da iniciativa também.
    Parabéns.

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  2. obrigado!!!!
    o poema eh uma sombra de expressão
    de algo muito mais forte...
    todos são poetas... poucos escrevem...


    vlw o reconhecimento

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