quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PORVIR

Há uma única nuvem no céu
que, extensa, rouba-lhe o azul.
Sem o azul, o céu me interessa pouco.
O tempo passa e em seu compasso louco
uma síncopa se forma no meu coração.
É tempo de reflexão....



Reflito pois rebato um desejo
aflito de berrar ao nada
minha imperfeição.
Sou a própria contenção.
Mas deixo de ser-me aos poucos...



Quanto mais reflito mais me calo,
e o mundo parece menos meu...
fujo do breu do mundo
dentro de minha mente
que mente a si mesma fingindo esquecer
do próprio fenecer.


Há de chegar o dia em que comunicarei
ao azul do céu que se esconde na nuvem
que entendi sua abóbada distante
me expulsando de meu olhar
e conhecendo o olhar de Deus.
Mas como por enquanto inexisto,
busco apenas o cair da nuvem
no firmamento que é meu chão,
regando as rosas de um porvir
sem tempo...

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