segunda-feira, 13 de junho de 2011

PESSOANA

Eu e mim, traduzidos no nada,
tudo foram, embora ausentes.
Dialéticos, foram veementes
em manifestar a mesma jornada...
Daquilo que abstraio enquanto inexisto
resultam apenas símbolos sem tradução,
arquétipos infindos da intuição
que brota do não-visto....
É como se o que sou desfosse
somente quando desacreditasse eu
no que em mim transparentemente resplandeceu,
como se existisse, embora nada fosse...
E no momento exato e concreto
em que a poesia demonstra sua inútil realeza,
concluo, para inversão de minha tristeza,
que, em todos os sentidos, Pessoa estava certo...

Um comentário:

  1. Pessoa, pessoa é...pessoa és tú, ainda com acento, como a desafiar o tempo, em que as regras se desforam, noticiando frugalidades..enquanto pessoas homenageam pessoas que, bem poderiam ter-te sido, tu mesmo assentado na tua lembrança, Pessoa ressoa teus versos, quando concordam com ambos: Pessoas.

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