segunda-feira, 14 de novembro de 2011

INFÉRTIL

Submergi na tela que pintei
quando o quadro em branco emitiu sua súplica...
Esdrúxula foi a rima da réplica
da poesia que reinventei...
Escritos, os ditos são diques
para um oceano de sentido
que inundaria cada instante vivido
em ti lendo, com a esperança de que te versifiques...

Da tela sem ismos do quadro e da lógica,
palavras berram sem a coroa de serem objeto,
tornadas apenas leve referência pelo pronome do caso reto
que as profere proliferando a inversão da experiência anagógica
de fazer do signo a catarse, e, do concreto, o resíduo direto
daquilo que sempre foi, ainda que só no tempo não haja,
ainda que aja somente como o bote da naja
após o aparente momento de estagnação semiológica....

Surrealista, talvez, o poema se contradiz...
o quadro, sem ismos, some.
Aos olhos o que se apresenta é o que condiz
com o que se enquadra em algum nome...

... enquanto o não-dito rompe o dique no rito
de fertilizar a terra com a destruição do que foi infértil....

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