quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ALTAR

Uma teia de fiapos de luz transparente
é tecida a partir do centro da edificação...
Nela não há qualquer indício de solificação,
apenas é, e é luz, e não mente.
Aos poucos se ramificam os caminhos
que a patir desse centro se espalham,
criando a ilusão de que retalham
qualquer coisa que não os seja, num complexo de desalinhos...
Aos poucos se percebe a arquitetura
de uma cidade ainda esboçada,
escrita em entrelinhas, projetada
pela percepção de quem da sombra enxerga, ainda escura...


É quando as imagens já não se destinguem
e o que é embaixo reflete o que é no alto.
Do plano da cidade se ergue o planalto,
para que a árvore e os frutos da verdade vinguem...


Esse altar, aos poucos, torna-se edificação,
protegendo a nova luz da velha dualidade,
fazendo com que a compreensão, à guisa de cidade,
abrigue em si milhões de aspectos da mesma Unidade,
recriando o tempo em forma de canção.

Um comentário:

  1. Nesta dualidade vivida
    O que se faz é tentar refletir aquilo que é
    Somos meros espectadores neste mundo de sombras
    Em que o contorno é mais representativo
    O fluído de Lá é deixado em segundo plano
    Ou nem mesmo lembrado
    Diante das sombras que aqui vemos
    Percebemos quanta luz existe intrinsecamente
    As vezes mofada, pois em sombras a vida é incômoda

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