quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

COLAR DE PRESUNTO

Pedaços de carne
entre os dentes
entre as vistas
sob os pés.

Embutidos,
a carne dentro
da carne...

Alongam-se yogues,
batem-se bifes
para manter bofes cheios
e manter viva a carne.

Padres erguem carnes
feitas de trigo
a continuar uma milenar antropofagia.

Mulher e homem
são embutidos
a gerar carne.

Tudo é carne.

No museu, um porco empalhado
ostenta
um colar de presunto.

Arte?

Tudo é carne
por toda a parte.

Parto.

A tudo descarto
em prol da fome
de carnes subterrâneas.

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