terça-feira, 10 de maio de 2011

EVOÉ

Guarda a cruz que a manhã representa,
joga-te por sobre as fronteiras,
esquece o tempo que venta
adiante as palavras primeiras...
Cresce por sobre a infimidade
do deteriorar da rosa,
para que floresça tua humanidade
mesmo na secura, arenosa...
Navega com as velas acesas,
voa pelos olhos claros do mar
com asas transparentes, coesas,
porém livres como o próprio ar...
Fala às línguas todas o gosto
de ser engolido, de se fazer vomitar,
de ser morte para eternizar
tua identidade sem rosto...
Desenha na praia teu poema
quando o vulcão em erupção
for a própria convicção
da ausência de dilema...
Desliga a lâmpada elétrica
que choca a noturna beleza,
despreza a áurea tétrica
da artificial estética e sua avareza.
Desiluda a paixão avessa,
que é da morte a irmã morta,
com a pisada um tanto travessa
na armadilha que ao caçador corta.
Signifique apenas o que já não é,
as cores e formas dançando no fogo,
para que da vida ocorra o desafogo
na chama do vinho na taça, do grito primeiro... evoé!!!!!!

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