segunda-feira, 10 de outubro de 2011

CLIMA DE CURITIBA

Sorrio sentado na calçada,
vejo apenas andares sem rosto,
trafegando pelo caminho disposto
entre o que está e não está em minha alçada...
Há em mim a dispersão leve de quem se permite esquecer
que, além do café, existe algo mais cá no centro,
há um claro instante de se auto-recolher
do âmago dos próprios pés e voltar-se para dentro...
É quase chuva, mas nessa cidade não se chora,
resmunga-se como os trovões que ouvi naqule outrora,
há menos de cinco minutos, anunciando falsamente
o contratempo da água caindo levemente
naquilo que foi o lado de fora....
Vejo então um Sol entre a massa pesada
e branca que paira no céu, sorrindo de minha cara,
sabendo que à minha previsibilidade confrontara
com sua luz remodelada....

É quando levanto e resolvo, de uma vez por todas,
que não trarei mais guarda-chuvas, para perdê-los,
mas andarei nu, e, sobre os cabelos,
meu chapéu que se vire pra que eu sobreviva....

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