sexta-feira, 14 de outubro de 2011

KAHUNA II

Idéia é onde o Id ia
manifestar o que o Ego ainda sem Sol decantaria
sobre um heróico Superego vigilante,
retendo e traduzindo as impressões a cada instante...
Há contudo um Self já voltando
do destino ao qual o Id ainda ia,
passado, ainda que futuro, da anti-heresia
que o Ego ainda está codificando...

Madrugada foi início e fim de dia.
Cogitou o Ego ver a si, ainda cego,
rumou o Id em direção ao Superego
e, invertidos, escureceram a Lua arredia...

Manhã foi prima luz, etérea linha
em que horizontal brilho foi dourado,
embora nossa tríade ainda tivesse o olho tampado,
sem compreender a verdade que com o astro-rei vinha...

Ao meio-dia a luz domou a sombra,
que, sob os pés foi inofensiva pintura
se comparada com as cores da tintura
com a qual o Ego enfim se livrou do que o assombra...

Foi tarde, e, ao fim dela, novo ouro
se espalhou sobre a compreensão da alma
da retina que o Id tornou calma
a enxergar em cada reflexão um tesouro...

Noite nova explicou o que sentia
o Superego ao tentar compreender a Lua,
que, ainda que de pedra cinza, crua,
azuladamente de seus esforços ria...

Por fim, na madrugada que retornava,
os três olhares viram a mesma estrela,
a Vênus, feliz como a chama de uma vela,
que iluminou de beleza o que a madrugada ocultava..

No percurso desse carrossel humano,
destino e não destino se abraçam,
são a onda e a areia quando se estrelaçam
unihipiliando um arrepio aumakuano

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