segunda-feira, 13 de agosto de 2012

AURORA

 Sobram ruídos no espaço,
não há som...

Diz-se que há dom,
mas só ruído sobra
      do que não há no espaço.
No não-ser me desfaço
    qual isento eon....

Sobram                 ruídos sem tempo,
alturas se confundem                      em seu tropeço...
                          rio sem fim ou começo
branco sinal intangível
                                                                          contemplo...

Todo ouvidos observo
essa sinestesia sem sentido,
segurando águas sem mãos, comedido,
para sumir nessa complexa ausência
em que cores cantam motetes a mil vozes
e as vozes aplaudem o silêncio da libido
sentido pelo sentido quando absorve
a própria incoerência existencial.

É enfim a hora,
em fim:     silêncio
em mim:               aurora

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