quinta-feira, 24 de setembro de 2009

INFINITO

Um garoto na rua observa o infinito
pelo vão que é o beco da região central
do centro da cidade. É mais um marginal,
assim descrito pelo o que é dito
na página do jornal...
ele come as laranjas que foram seu ganha pão
tentando os malabares no sinal,
e vê o céu quase inestrelado da região central
como mais um ponto de fuga pra seu coração,
que bate mais por teimosia do que por vontade.
Seu consolo é a liberdade
que aparentemente tem em seus olhos infantis...
imagina mais do que crê, não demonstra, mas vê
cada um que passa indiferente ao seu pedir
e jura que quando crescer, vai pisar em cada infeliz
que não estendeu sequer o dedo pra estancar sua ferida....
Um garoto observa o infinito e se vê.
Vê que tudo é infinito, e ele um nada...
sua cabeça pensa tanto que, cansada
dorme sobre o céu sem estrelas,
sem esperança e sem destino
do centro da cidade...
Que amanhã acorde vivo esse garoto,
que ninguem lhe faça mal algum,
que ele um dia possa ser mais um
dos homens únicos, e ainda que roto,
com seu corpo torto estirado ao léu
se veja tão infinito quanto o céu...

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