Um piano traduz a minha vontade
em um som que em si mesmo nada diz...
a palavra percutida na tecla, infeliz,
se vê isenta de genialidade...
Hoje só sou comumente comum
em frente a um piano que me traduz
toda essa agonia em acordes de blues...
de tantos poetas, sou só mais um.
De novo cá estou com a noite perdida,
ladainha vil, já tantas vezes lida
que me envergonho de novamente escrever,
apesar de a noite apaixonar meu ser.
Deste poema inútil retiro a certeza
de que tudo desse mundo é passageiro,
assim como o poema, ato derradeiro,
sem inspiração, mas dono da realeza.
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