Suma na antítese, ao largo da inconsciência,
tropece nos ponteiros que o futuro da ampulheta sugere.
Circule todas as concepções quadradas, se esmere
ao fazer brotar sua subconsciência.
Exponha para uma platéia de ninguéns
o resultado de anos em combustão,
do desperdício de alma e dos vinténs,
da inconveniente mental indigestão.
Resplandeça na peça do quebra-cabeça
cuja imagem é mosaico cubista,
e em um poema prosaico e niilista,
reverta o tempo e desaconteça.
Mergulhe na terra, na areia do deserto,
respire o fogo que dali emana,
despindo-se então da roupagem tirana
que não foi você, mas chegou perto.
Reapareça no último segundo
para ser a mão do mágico na cartola,
retirando da tensão a esmola
de ausentar-se, por ora, do mundo...
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