Me reconheço na Lua tardia e na madrugada silente,
na fronte da noite aberta como o livro escrito
pela mão invisivel, sempre presente,
no qual leio as frases do que não é dito.
Me disperso no momento em que a alvorada
traz à luz do dia o nada da matéria,
e no esplendor do Sol a luz encantada
e mal interpretada pela miséria....
Sou esfinge, reino de além mar, sou deserto....
sou quem finge a loucura, sou dois milhões....
sou a entrega do insignificante concreto...
sou o de repente atingindo a vida dos cordões
das romarias distantes de dentro de mim ,
buscando a fé ou a muleta....
sou por dentro a vendeta
que a mim mesmo preseva e mata, por fim....
Me reconheço no que não conheço,
e a cada dia me reconheço menos, para deixar de ser
e encontrar o Todo que me cabe...
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