quinta-feira, 3 de março de 2011

DE MIM A MIM

Me reconheço na Lua tardia e na madrugada silente,

na fronte da noite aberta como o livro escrito

pela mão invisivel, sempre presente,

no qual leio as frases do que não é dito.

Me disperso no momento em que a alvorada

traz à luz do dia o nada da matéria,

e no esplendor do Sol a luz encantada

e mal interpretada pela miséria....

Sou esfinge, reino de além mar, sou deserto....

sou quem finge a loucura, sou dois milhões....

sou a entrega do insignificante concreto...

sou o de repente atingindo a vida dos cordões

das romarias distantes de dentro de mim ,

buscando a fé ou a muleta....

sou por dentro a vendeta

que a mim mesmo preseva e mata, por fim....

Me reconheço no que não conheço,

e a cada dia me reconheço menos, para deixar de ser

e encontrar o Todo que me cabe...

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