segunda-feira, 21 de março de 2011

RESSURRECTO

No espelho, meus olhos refletiam adeuses
com a luz do inexplicável desejo
de transformar o lampejo
em oferenda aos deuses...
Eis que me fui, obliquamente
vagando pelos retos caminhos,
óbvias rotas de andares sozinhos,
trilhados por olhos e pés concomitantemente.
Fui todo calos e pedras, mapas e retorno,
até notar o póstumo nascimento
do antigo e crucial momento
em que olhos no espelho e seus adornos
de luzes, lampejos, adeuses, finados em si próprios,
passageiros como o ópio dos ébrios,
tranformaram em começo o meu enfim chegar.
Refiz o refeito caminho isento da convexão
do espelho de minha parca reflexão,
corrigindo a tortura do tortuoso
e torto chão com um voar virtuoso...

Feliz, encontrei o nada ao pousar.

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