quinta-feira, 7 de julho de 2011

ESCADA

Nuamente, a nuance de cor camaleônica da Lua
furtou a matiz de um céu essencial, em que repouso....
A partir desse momento, maior do que a palavra que ouso,
o silêncio enxurrou meus olhos com uma transparência unicamente sua...
Eu era a noite e o silêncio, e transbordei a mim.
Vazou inútil semiologia,
vestida cafajestemente de poesia,
vestida de linearidade, de começo, de fim....
A beleza, intangível enteal, iluminava como estrela
longínqua, quiçá inexistente, e minha única intenção, vê-la,
se apagou em minha pálpebra, mas não em minha retina.
É o momento em que a mente desatina....
Perdido em meus significados, encontrei nadas
que de todo se vestiam, como Luas veladas.
Quando me ausentei de toda versificação,
vi espelhos, e, em sua imagem, oração.

Descrevo assim minha queda, adâmico tropeço,
em que caí em mim e não me satisfiz...
Observo agora na lunar luz a escada que refiz
buscando apenas o cair em Si, meu grande recomeço....

Um comentário:

  1. Fala a verdade meu...é o Fernando Pessoa quem está por trás desse blog...

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