domingo, 3 de abril de 2011

ALGUM

Procuro intensamente um algum-lugar,
pois reconheço em mim a marca desse lugar-algum.
Intenso se faz o vagaroso vagar
em torno de um nada que se fez um.
Formas de algum-sonho difuso no ar
projetam esse sonho-algum em minha pedra angular,
ausência plena de estado retilíneo
cravada no âmago de algum interior declínio.
Escrevo algum-poema cuja rima morta
fertiliza um poema-algum com a própria morte,
hifenizando a dor onde houve corte
do real sentido. Como chave, abrando a porta...
Algum-momento há de surgir no tempo-espaço,
em que momento-algum seja a diferença
entre aquilo que, sendo, foi e será, sem desavença
entre mente, corpo, alma e o sutil traço
em que algum-alguém iniciou sua arquitetura
para que alguém-algum atingisse a sua altura
sendo o algo todo, lançado ao algo Algum...

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