Calar é a maior expressão da linguagem.
É se ausentar da mentirosa miragem
de que de fato com vento e tinta se diz
algo que pertina, esse desenho de giz
ainda primário, frágil imagem embaçada
pela turba que o cérebro provoca
e a emoção convoca.
A palavra é simples sombra lançada,
líquida em sua inútil forma,
tosca comparação que deforma
a realidade da expressão pura.
É antítese da linguagem,
síntese do atraso humano,
prisioneira do esgar craniano
da condição nossa de criatura
criando seu mundo de nadas...
Calar
é
aprofundar
a fala
como escada
que desce
ao profundo silêncio
que exala
da Linguagem.
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