terça-feira, 26 de abril de 2011

MAJESTADE

Quis por um momento o querer de fato
e se lançou como de pára-quedas
à linguagem do puro abstrato,
curado de ser as próprias emendas.
Voltou-se para o firmamento
e para lá caiu, real,
trocando o abismal
momento de ser momento
pela suave distinção de ser coisa alguma
e planar sob a cabeça do rebento
do Universo, velhote que ao próprio fim consuma...

Quis o instante sem instante
de se saber a própria nudez
ausente do pudor delirante,
transfigurada em ouro sua tez.
Da vontade foi imagem, e se fez
explosão de galáxias, enormidade.
Satisfeito, de pronto se desfez,
provando enfim o Ser; majestade...

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